Num banco de jardim uma velhinha Está tão só com a sombrinha Que é o seu pano de fundo. Num banco de jardim uma velhinha Está sozinha, não há coisa Mais triste neste mundo. E apenas faz ternura, não...
De manhã a vender na Avenida, Ou à tarde nas ruas da Baixa Está o cauteleiro A gritar que há horas na vida À carteira de que não tem Pão porque não tem dinheiro. Tantos contos que são a taluda,...
Eu vi partir no mês de Outono as andorinhas E uma vi eu, querer-se mostrar mais desenvolta Que chilreado elas faziam, coitadinhas Talvez dizendo o seu adeus, até à volta Essa ficou junto ao beiral do...
Composição: Frederico de Brito Canoa de vela erguida, Que vens do Cais da Ribeira, Gaivota, que andas perdida, Sem encontrar companheira O vento sopra nas fragas, O Sol parece um morango, E o Tejo...
Era assim, tinha esse olhar A mesma graça, o mesmo ar Corava da mesma cor Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor Quando em sonhos me perdi Aquela visão que eu vi Quando eu sonhava de amor...
Azulejos da cidade, Numa parede ou num banco, São ladrilhas da saudade Vestida de azul e branco. Bocados da minha vida, Todos vidrados de mágoa, Azulejos, despedida Dos meus olhos, rasos de água. À...
Na Praça da Figueira, Ou no Jardim da Estrela, Num fogareiro aceso é que ele arde. Ao canto do Outono,à esquina do Inverno, O homem das castanhas é eterno. Não tem eira nem beira, nem guarida, E...
Pôe na mesa a toalha adamascada Traz as rosas mais frescas do jardim Deita o vinho no copo, corta o pão Com a faca de prata e de marfim Alguém veio sentar-se à tua mesa Alguém a quem não vês, mas que...
Revejo tudo e redigo Meu amor de toda a hora Minha amante, minha amiga Amanhã, ontem, agora Revejo tudo e consigo Um amor quase perfeito Eu já nem sei se é comigo Se é contigo que me deito No linho...
Duas lágrimas de orvalho Caíram nas minha mãos Quando te afaguei o rosto Pobre de mim pouco valho Para te acudir na desgraça Para te valer no desgosto. Pobre de mim pouco valho Para te acudir na...